Ymir é despedaçado por Odin e seus irmãos. Gravura por Lorenz Frølich (1820-1908)
Ymir é despedaçado por Odin e seus irmãos. Gravura por Lorenz Frølich (1820-1908)

Este artigo trata sobre Ginnungagap, o gigante Ymir e a vaca primordial Auðumbla. Ele foi retirado do livro Norrøn religion, de Gro Steinsland (p 111-112) e foi traduzido pelo fundador do site, Yuri Fabri Venancio

[…] Urjotnen Yme var det første livsvesen i kosmos. Han fremsto en gang i urtiden i Ginnungagap, det uhyre rommet som var fylt av energier, men som ennå var i uordnet, kaotisk tilstand. Vi kan si at Ginnungagap er det norrøne kaos. 


Yme er en urjotun. Flere forskere oppfatter ham som et androgynt, det vil si tvekjønnet, vesen: mann og kvinne i én skikkelse. Slik kunne han avle  barn med seg selv. Andre oppfatter Yrne som et maskulint vesen som var i stand til å skape liv på egen hånd. Under den ene armen til Yme vokste det frem et nytt vesen, samtidig avlet det ene beinet hans barn med det andre. Ymes avkom ble til en hel ætt av jotunvesener. De hadde det til felles at de var blitt til i en slags ubevisst, ikke-viljestyrt tilblivelsesakt, en passiv fødselsprosess. Vi kan anta at disse urvesenene bar preg av opphavet på den måten at de selv var ubevisste og passive.



Myten om urvesenet Yme har paralleller i flere indoeuropeiske mytologien noe som viser at den kan være av eldgammel opprinnelse. Navnet Yme er språklig en parallell til den indiske Yima og den iranske Yama. Etymologisk sett ligger det en betydning av «tvilling» i navnet, noe som kan antyde ideer om et androgynt urvesen. Iransk mytologi rommer en opphavsmyte som ligner på den norrøne om Yme og urkua. Den forteller at et urvesen som kalles Gayomart, «dødelig liv», og en urokse var de første levende vesen i tilværelsen.


Sammen med Yme oppsto det en ku, Audhumbla, «den melkerike kua». Audhumbla slikket salte steiner; en dag hadde hun slikket frem hodet av en mannsskikkelse. Han kalles Bure som betyr «sønn». Bure avlet Bor, som også betyr «sønn». Audhumbla er det eneste feminine vesenet i den norrøne kosmogonien. Men selv om hun er en feminin skikkelse, skaper hun ikke ved å føde. Man kan si at hun representerer den feminine omsorgen produsere melk og nære den nye skapningen.

Bure og Bor som var slikket frem av urkua var urvesen, men de var av en annen ætt enn Yme-avkommet. Da de to ættene blandet seg, skjedde det et sprang i utviklingen: gudene ble til.

[…] O gigante primitivo Ymir foi a primeira criatura no cosmos. Ele apareceu uma vez em Ginnungagap, o imenso espaço cheio de energias, em tempos primitivos, mas que estava ainda em estado caótico e desordenado. Podemos dizer que Ginnungagap é o caos nórdico.

Ymir é um gigante primitivo. Vários pesquisadores o entendem como andrógino, ou seja, um ser de dois gêneros: homem e mulher dentro de uma criatura. Dessa forma, ele poderia criar filhos dentro de si mesmo. Outros entendem Ymir como um ser masculino capaz de criar vida por conta própria. Sob um dos braços de Ymir, um novo ser crescia, ao mesmo tempo que uma de suas pernas gerava crianças com a outra. Os descendentes de Ymir tornaram uma linhagem inteira de jotuns “gigantes”. Eles tinham em comum que vieram a fazer parte de uma espécie de gênese não voluntária e inconsciente, de um processo passivo de nascimento. Podemos assumir que esses seres primitivos carregavam as características de suas origens uma vez que eram inconscientes e passivos.

O mito do ser primitivo Ymir tem paralelos em várias mitologias indo-europeias, o que mostra que tal mito pode provir de uma origem ancestral. O nome Ymir é linguisticamente um paralelo ao indiano Yima o ao iraniano Yama. Etimologicamente, há um significado de “gêmeo” no nome, o que pode prover idéias de um ser antigo andrógino. A mitologia iraniana contém um mito de origem semelhante ao nórdico, com relação ao Ymir e a vaca primordial. O mito conta que um ser primitivo, chamado Gayomart “vida mortal”, e um touro primitivo foram os primeiros seres vivos existentes.

Junto com Ymir, surgiu uma vaca, a Auðumbla, “a vaca leiteira”. Auðumbla lambia pedras salgadas; um dia ela lambeu a cabeça da figura de um homem. Ele é chamado Bure, que significa “filho”. Bure criou Bor, que também significa “filho”. Auðumbla é o único ser feminino na cosmogonia nórdica. Mas embora ela seja uma figura feminina, ela não cria parindo. Pode-se dizer que ela representa o cuidado feminino produzindo leite e nutrindo a nova criatura.

Bure e Bor, que surgiram ao serem lambidos pela vaca primordial, eram criaturas primitivas, mas eram de uma estirpe diferente da linhagem de Ymir. Quando as duas linhagens se misturaram, houve um salto na evolução: os deuses foram criados.

 

Ymir suga o úbere de Auðumbla enquanto ela lambe Búri para fora do gelo (Nicolai Abildgaard,1790)
Ymir suga o úbere de Auðumbla enquanto ela lambe Búri para fora do gelo (Nicolai Abildgaard,1790)
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